Reflexões de um vestibulando
segunda-feira, 28 de março de 2011
Up Solidário
sexta-feira, 25 de março de 2011
Easier to Run
terça-feira, 22 de março de 2011
Desilusão, pessimismo ou covardia?
sexta-feira, 18 de março de 2011
“Não deixe nada pra depois/ Não deixe o tempo passar/ Não deixe nada pra semana que vem,/ Porque semana que vem pode nem chegar”. É isso. Estou em casa de novo. O que eu fiz? Deixei tudo para depois! Obviamente acabei por não fazer nada. Neste momento eu repudio a minha própria inércia e minha incapacidade de fazer algo, aparentemente, muito simples. Acho que o pior é o fato de eu saber quais são os motivos dessa “timidez”: o orgulho que parece me inibir pelo medo de dar tudo errado (sim, sou paradoxal e descumpro o que eu mesmo escrevi ontem; faça o que eu falo não faça o que eu faço) e o zelo.
Zelo? Como assim? Então, eu sei que eu errei muito com ela e isso provavelmente a magoou. De certo modo, eu penso que ela deve estar melhor assim e não quero fazer com que ela se sinta mal, mesmo que isso me deixe mal. Pensamento idiota, fato. Mas eu faço isso com MUITA freqüência em diversas áreas. Eu me preocupo demais em não magoar ou ferir as pessoas e esqueço de fazer o que eu acho melhor para mim.
Outra amiga me disse certa vez que “isso se dá por conta de uma depressão mesmo, uma solidão, uma carência...” De acordo com ela isso lhe foi ensinado na Igreja e o vazio ao qual se referiu ficou subentendido que era o lugar onde Deus deveria estar. Parêntesis rápido para esclarecer que esse era um longo período agnóstico da minha vida. Ainda não posso dizer que preenchi o vazio, logo, só saberei se ela estava certa daqui a um tempo.
Voltando ao assunto da garota com que não falo há tempos, as desculpas que eu conto para mim mesmo (mentiras) são a parte tragicômica dessa situação. Ontem não falei com ela nem antes da aula, nem depois porque ela estava com as amigas. Hoje eu já tinha resolvido: falaria com ela de qualquer jeito. Para facilitar minha tarefa, enquanto eu esperava para atravessar a rua antes da aula eu a vejo no horizonte esfumaçado pelo monóxido de carbono que é o ponto de ônibus. Agora era fácil. Mas lembra daqueles dois motivos do primeiro parágrafo? Enfim...
Esses textos mesmo são patéticos. Afinal a mesma coragem que surge tão subitamente em casa à noite evapora durante o sono e some de manhã. Se duvidar, publicarei esses textos em um blog na vazia esperança de que ela leia e eu não tenha que falar nada diretamente.
Não falar diretamente, aliás, foi uma das minhas especialidades durante a amizade. Logo no primeiro contato, uma mentira. Sabe aquela garota que você vê no recreio, acha absolutamente linda, mas não sabe nem o nome? Então, aproveitei uma oportunidade e inventei uma estória de perguntar se ela fazia curso no IBEU porque eu já teria visto ela lá. Balela, só queria mesmo saber como se chamava. O mais bizarro foi que eu saí extremamente feliz por ter, finalmente, falado com ela (como fica fácil perceber, não sou, digamos, bom em puxar assunto com garotas). Agora tudo o que eu quero é ter tal “coragem” de novo para voltar a falar com ela.
Obs.1: Sabe como é, se, por acaso, a garota do texto ler isso, peço que ela comente.
Obs.2: A música do primeiro parágrafo é da Pitty.
Obs.3: O texto não tem título mesmo, depois explico por quê.
Prólogo
“Devia ter arriscado mais/ E até errado mais/ Ter feito o que eu queria fazer/ Devia ter aceitado/ A vida como ela é/ Cada um sabia a alegria/ E a dor que traz no coração” Nunca tinha percebido como a letra de Epitáfio é simplesmente uma das mais poéticas, mais bonitas e mais úteis da música nacional.
Logo eu, que me empenhei vigorosamente em provar para a professora de filosofia que música é arte. Eu, que desenvolvi um ótimo projeto de festival musical de integração no CP2 (que, em breve, colocarei em prática). É. Nunca havia visto a beleza escancarada nesses versos melódicos simples.
A “epifania” veio junto com o meu pensamento de aluno do 3º ano e futuro ex-aluno: a hora é agora. Sim, porque o melhor dia da minha vida foi hoje, é hoje e será hoje. Na cura do vício da mediocridade afetiva devo viver cada dia de uma vez, por mais contraditório que isso possa parecer para alguém que estuda em março para provas em novembro. Mas, afinal, ontem é passado e, como diria Renato Russo, “é preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã/ Porque se você parar pra pensa/ na verdade não há”. Só posso atuar hoje, agora.
Este estranho texto que parece escrito para que alguém leia é na verdade, para mim. Talvez eu realmente precise lê-lo para realizar uma forma de transformar o Epitáfio dos Titãs no prólogo de todas as manhãs. Tal objetivo, por sinal, parece ser alcançado com frequência por uma amiga minha. E ao relembrar fatos dessa e de outras amizades percebo que, frequentemente, devemos aceitar “as pessoas como elas são”. Quer dizer: por mais que ações isoladas desses amigos possam me deixar chateado (ou mesmo puto) a minha obrigação é levar em conta que eu não faço ideia do que os motiva. De fato devo abandonar o pensamento egoísta de que só eu teria problemas. Do mesmo jeito que eu me revolto quando os outros acham que conhecem os meus problemas, devo aceitar a recíproca, pois a amizade e tudo aquilo em que me ajudaram vale muito mais do que a raiva momentânea.
Chegando ao final do texto, estou satisfeito por extravasar o que eu sinto há dois dias; agora. Não tenho por hábito (e pelo vício da vaidade) ler meus textos em revisão. Eu posso, daqui a um ano, um mês ou um dia, achar que isso aqui não passa de um texto de um ébrio sóbrio que se embriagara com seus sentimentos e tentou manter a razão. Entretanto, hoje eu precisei disso e vejo que essa nova filosofia de vida me dará forças para me arriscar e lutar por uma amizade que é muito importante para mim e que, por todos esses erros, acabou. Posso quebrar a cara? Sim, mas até errar é benéfico quando arriscamos. Por fim, assim como larguei o livro de português para escrever um texto, eu vou fazer o que quiser fazer. Hoje!